16 anos de pioneirismo em logística reversa

20 . OUT . 2016 Releases

Outubro 2016 – A lei sobre logística reversa sequer existia e o primeiro caminhão do Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos já percorria o interior do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O primeiro recolhimento aconteceu no dia 23 de outubro de 2000, na localidade de Rio Pardinho, Santa Cruz do Sul (RS). De lá para cá, 550 municípios gaúchos e catarinenses são atendidos pela coleta itinerante que percorre 2,6 mil pontos de recebimento no meio rural nos dois Estados, beneficiando um universo de 130 mil produtores de tabaco gaúchos e catarinenses.

No Brasil, desde 2002, o Artigo 53, do Decreto 4.074, determinou que “usuários de agrotóxicos e afins devem efetuar a devolução das embalagens vazias e respectivas tampas aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos”. A legislação também prevê responsabilidades por parte dos canais de distribuição, dos produtores, das indústrias fabricantes e do poder público.

“Bem antes da legislação já oferecíamos a devolução dos recipientes tríplice lavados com comodidade e segurança, em pontos de coleta próximos às propriedades rurais”, afirma o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, que junto com empresas associadas e o apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) desenvolve o programa há 16 anos.

“O grande objetivo sempre foi o de preservar o meio ambiente de possível contaminação por descarte inadequado de embalagens vazias e disseminação de resíduos de agrotóxicos, além de proteger a saúde e a segurança dos produtores de tabaco e de suas famílias. Desde 2002, entretanto, o programa também objetiva atender aos preceitos estabelecidos pela legislação vigente”, assegura Schünke.

Desde 2015, o programa itinerante apresentou uma novidade que está facilitando a coleta de dados e tornando mais fácil a gestão dos roteiros percorridos. Os registros que antes eram feitos de forma manual, passaram a ser feitos por um aplicativo. O novo formato de gestão dos dados do programa contempla o uso de dispositivos móveis (tablets) para o lançamento da quantidade de embalagens entregues por produtor. No momento da entrega, o cadastro do produtor é atualizado e este recebe o comprovante de entrega das embalagens, com o registro da data e da quantidade de recipientes entregues. “Pretendemos aperfeiçoar este sistema fazendo o mapeamento das coordenadas geográficas de cada ponto de coleta, visando à otimização dos roteiros. Estamos iniciando um processo de revisão dos roteiros para atualização das áreas de maior concentração de produtores de tabaco em cada município, a fim de tornar o programa ainda mais eficiente e ágil”, afirma o coordenador Carlos Sehn.

Conheça os roteiros do Programa

RESULTADOS – Até o momento foram mais de 13,4 milhões de embalagens recolhidas. Estes números podem até levar à falsa interpretação de que a cadeia produtiva do tabaco utiliza uma carga elevada de agrotóxicos. Mas está comprovado que esta hipótese não é verdadeira. Como o tabaco no Brasil é uma cultura consolidada em minifúndios, as embalagens dos produtos utilizados são pequenas, com capacidade variável de, no máximo, até um litro. Por outro lado e por serem pequenos agricultores diversificados, os produtores de tabaco tem também a oportunidade de entregar as embalagens de produtos utilizados em outras culturas nas pequenas propriedades. Além disso, pesquisas apontam o tabaco como a cadeia agrícola comercial que menos utiliza agrotóxicos.

“É importante lembrar que os investimentos em pesquisas realizados pelas empresas tornaram a lavoura de tabaco brasileira a cultura de interesse econômico que menos utiliza agrotóxico”, destaca o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. De acordo com pesquisaconduzida pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), o tabaco está entre aquelas que utilizam menos ingredientes ativos por hectare, em torno de 1,1 kg de IA/HA.

* Banco de Imagens SindiTabaco