Na hora da escolha das sementes, muitos produtores, seja por falta de informação ou por ilusão de economia, acabam optando por sementes “piratas”, ou seja, não certificadas. Isso é uma escolha perigosa, pois pode implicar em comprometimento da produtividade das lavouras e prejuízos financeiros.
Sementes piratas não possuem o certificado de aprovação pelos rigorosos processos de controle e fiscalização exigidos pela legislação brasileira. Sem origem garantida, sem controle sanitário e sem rastreabilidade, elas representam uma verdadeira loteria genética. Podem disseminar pragas e doenças que comprometem a produção e colocam em risco a reputação da produção rural brasileira no mercado internacional.
No setor do tabaco do Brasil, onde a qualidade e a integridade são diferenciais essenciais que levaram o país à liderança mundial de exportações do produto há mais de 30 anos, esse risco é ainda mais sensível. Além disso, quem planta sementes sem procedência legal está rompendo com o contrato de integração e pode perder o acesso ao suporte técnico oferecido pela empresa integradora bem como à garantia de venda da sua produção.
É com o objetivo de combater essa prática e reforçar a importância da escolha consciente que o SindiTabaco, em parceria com entidades representativas dos produtores, está promovendo uma campanha de conscientização. Por meio de materiais informativos — cards, folders, vídeos e spots —, a iniciativa orienta os agricultores sobre os riscos das sementes piratas e a importância do uso de sementes certificadas.
Ao adquirir sementes legais, o produtor tem a garantia de que está levando para o campo um material com boa taxa de germinação, uniformidade, qualidade e tolerância a doenças. Essas sementes carregam em suas embalagens informações obrigatórias que garantem sua rastreabilidade e conformidade com os padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), como o número do registro RENASEM, nome da cultivar, safra, lote, e dados de germinação e pureza.
Em caso de dúvida, o produtor de tabaco deve buscar orientação com o técnico agrícola da empresa integradora. Para o tabaco brasileiro seguir forte no mercado internacional, as sementes usadas precisam ser legais, certificadas e confiáveis. É preciso saber que a economia feita ao adquirir sementes piratas é ilusória, pois os riscos de perdas são muito grandes.
Carlos Alberto Sehn
Assessor da Diretoria do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco)