Tabaco sempre foi agro

Enquanto muitos reconhecem a capacidade brasileira de produzir e exportar diferentes commodities, aqueles que compreendem a relevância do agronegócio do tabaco para a Região Sul ainda são minoria. O Brasil se destaca pela qualidade e integridade do produto e é, por esse motivo, o maior exportador mundial de tabaco desde 1993. No Rio Grande do Sul, foi responsável por 9,5% do total das exportações em 2020.

Mas mais do que apresentar resultados que podem ser mensurados estatisticamente, ser agro é ser pioneiro. É investir em melhorias e estar em constante adaptação. Nesse sentido, o tabaco sempre foi agro. A cadeia produtiva conta com um sistema integrado centenário, modelo para diferentes setores do Brasil e do mundo, e se destaca por seu pioneirismo em áreas que podem estar muito em voga nos dias atuais, mas que já ocupam a pauta do nosso setor há algumas décadas.

A logística reversa, cuja legislação de 2002 passou a regular a devolução de embalagens vazias de agrotóxicos, é um exemplo: dois anos antes lançamos um programa itinerante para assegurar a devolução segura aos produtores de tabaco. E, antes de qualquer mal-entendido: o tabaco está entre as culturas agrícolas que menos utilizam agrotóxicos. Segundo pesquisas, enquanto algumas culturas utilizam mais de 40 quilos de ingrediente ativo por hectare, o tabaco demanda, em média, 1,01 kg/IA/ha.

Além da saúde e da segurança do produtor, o trabalho infantil é combatido desde 1998, antes da instituição pela OIT do dia mundial do combate ao trabalho infantil, em 2002. De lá para cá, ações conjuntas e individuais das empresas culminaram na fundação do Instituto Crescer Legal que tem servido para um despertar empreendedor de centenas de adolescentes do meio rural.

São exemplos práticos que fazem do tabaco uma das atividades agroindustriais mais expressivas em termos de qualidade de vida, para além da geração de renda nos 544 municípios do Sul do Brasil em que está presente. E temos uma convicção: vamos continuar sendo agro por muitos anos.

IRO SCHÜNKE, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco).