Sem trégua no combate ao trabalho infantil

As atividades do setor do tabaco no combate ao trabalho infantil continuam sempre sendo aperfeiçoadas. Especialmente depois da criação do Instituto Crescer Legal, o foco principal passou a ser na aprendizagem como estratégia para eliminar a presença dos jovens nas lavouras e fomentar as reflexões sobre oportunidades de futuro. E, nesse trabalho do Programa de Aprendizagem, os educadores sociais são profissionais importantes para o cumprimento dos objetivos do Instituto.

Por isso, a formação dos educadores e da equipe de gestão e operação é constante e contínua. Em julho, nos dias 15 e 29, ocorreram encontros presenciais de mais um seminário de formação, que foi realizado no formato híbrido e com atividades remotas entre um encontro e outro. Os temas tratados foram a contextualização da aprendizagem na pandemia, a educação como prática de cuidado, o retorno gradual presencial pós-pandemia e a adolescência e seus conflitos.

Segundo a doutora em Direito e socióloga, Ana Paula Motta Costa, a cada novo desafio, os aprendizados têm sido importantes. “Temos uma equipe muito qualificada, com educadores que são profissionais múltiplos ligados às questões do campo, mas que lidam, acima de tudo, com a questão da educação profissional, o que vai muito além de ser professor e isso está cada vez mais definido nesse papel diferenciado dos educadores”, explica a especialista, que também é fundadora e consultora do Crescer Legal.

Na avaliação dela, o Instituto está entrando em uma fase de maturidade do trabalho, depois de alguns anos de atuação, com várias turmas e de ter passado pelo desafio da pandemia e do trabalho à distância. “O Instituto já viveu várias experiências, aprendizados, municípios diferentes, turmas diferentes e realidades diferentes”, lembra. “Então, o momento atual é de desenvolvimento em um outro estágio, com pessoas que já sabem o que fazer, diferente de quando éramos piloto e tudo tinha que ser construído”, diz.

Sobre o impacto na vida dos aprendizes, Ana Paula explica que a aprendizagem tem sido uma chance que, muitas vezes, os jovens rurais não tem. “É uma oportunidade que reúne três coisas fundamentais. Uma delas é sair da situação de trabalho infantil, que tem a problemática de envolver a questão das famílias e da cultura que valoriza o trabalho”, relata. “Outra dimensão é a da renda, pois muitas famílias precisam da mão de obra desses adolescentes trabalhando e o fato de ele poder ser aprendiz contratado por uma empresa, é uma primeira experiência profissional adequada, recebendo uma remuneração e sendo respeitado nos seus direitos”, acrescenta.

“E a terceira coisa, talvez a mais importante, é a possibilidade de os jovens se desenvolverem como pessoa”, salienta. “O Instituto Crescer Legal trabalha com uma proposta pedagógica que é no sentido de valorizar o sujeito, de ele ser capaz de fazer suas escolhas e de ser respeitado e valorizado naquilo que sabe”, acrescenta a consultora. “São vivências que permitem o desenvolvimento pessoal, que se dá na experiência cotidiana, em fazer parte do grupo, conviver com os colegas e educadores e ter uma atitude proativa na comunidade”, completa.

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