Menos demanda, mais dinheiro no bolso

Todos os empreendedores do campo sabem que otimizar os recursos da propriedade significa mais dinheiro no bolso. E na hora do controle de pragas, as coisas não são diferentes. Usar só os agrotóxicos que são imprescindíveis para a qualidade da produção faz com que o custo de produção seja menor, aumentando assim a margem de lucro.

Nesse sentido, a lavoura de tabaco saiu na frente, pois há mais de uma década está entre as culturas comerciais brasileiras que menos utilizam agrotóxicos. Com apenas 1,1 quilo de ingrediente ativo por hectare, a demanda é mínima. Isso é resultado de altos investimentos do setor do tabaco em pesquisa visando a utilização apenas do que realmente é necessário para o bom desenvolvimento da lavoura, ou seja, o que não pode ser solucionado pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP).

A mais recente pesquisa sobre a demanda de defensivos em diversas culturas agrícolas reiterou que a lavoura do tabaco está entre as de menor uso de agrotóxicos. O estudo conduzido pelos professores José Otávio Machado Menten e Lourival Carmo Monaco Neto, ambos docentes da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), mostrou que o tabaco está em penúltimo lugar em uma lista de 19 culturas analisadas: algodão, alho, amendoim, arroz, banana, batata inglesa, café, cana-de-açúcar, cebola, citros, feijão, tabaco, maçã, melão/melancia, milho, soja, tomate, trigo/aveia/centeio/cevada e uva. As culturas com menor demanda de quilos de ingredientes ativos por hectare (kg IA/ha) são banana, tabaco e feijão, com respectivamente 0,48, 1,01 e 1,22 kg IA/ha, bem abaixo da média dos 19 produtos analisados (4,90 kg IA/ha).

Consequentemente, quanto aos gastos, o tabaco também está entre as lavouras de menores despesas com defensivos. O estudo de Menten e Monaco Neto mostra que os valores médios gastos em agrotóxicos por hectare de cultivo de tabaco ficam em torno de US$ 71,50, enquanto que, para um hectare de batata inglesa, o custo médio com defensivos é de US$ 1.166,67 (em 31,60 kg IA/ha) a lavoura comercial de tomate, por exemplo, tem US$ 1.868,73 (em 46,87 kg IA/ha) em despesas com agrotóxicos por hectare. Outros exemplos são o hectare do pomar de maçãs, que leva US$ 1.076,57 (39,18 kg IA/ha), e o algodão, cujo hectare de produção demanda US$ 432,29 (14,51 kg IA/ha). Para as análises, foram usados dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDIVEG), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDAG) e do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE).