ENTREVISTA: educação financeira também é assunto para o meio rural

Quanto mais cedo entendermos como as finanças fazem parte da realização dos sonhos, mais cedo começamos a organizar nossa vida financeira.”

Marco Antonio da Rocha é psicólogo e coordenador de Programas Sociais da Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo

Por que a educação financeira é um tema importante a ser trabalhado com os jovens rurais?

A educação financeira passa a ser um tema em evidência no Brasil como um todo e a fase da juventude é momento de definições importantes em relação aos sonhos e objetivos da vida adulta. Neste sentido, quanto mais cedo entendermos como as finanças fazem parte da realização desses sonhos, mais cedo começamos a organização de nossa vida financeira.

Que impactos pode ter a má gestão financeira na vida futura?

As pesquisas apontam cada vez mais para o aumento do endividamento das famílias e da população de nosso país. Mas, refletindo sobre o papel da educação no mundo das finanças, passa pela possibilidade de termos clareza de nosso padrão de consumo e de como nos organizamos para alcançar o que desejamos. A má gestão leva para o campo da frustração, de não realizar e alcançar os objetivos definidos. E isso acarreta desestabilização na saúde como um todo, das finanças aos relacionamento que constituímos.

O que é considerado uma boa gestão financeira?

Equilíbrio é uma das palavras mais evidenciadas quando se fala de uma boa gestão financeira, mas penso que o foco é em autoconhecimento. Quanto mais sabemos de nós mesmos, de nossas necessidades, de nossa força em nos mantermos firmes no caminho de alcançar os objetivos traçados, de nossa capacidade de identificar as armadilhas consumistas e de nosso poder de planejar e alcançar o que definimos, mais teremos condições de estruturar uma boa gestão de nossas finanças e de nossa vida.

Quais os teus conselhos para o desenvolvimento de uma relação saudável com o dinheiro?

Primeiramente, entender que o dinheiro está a nosso serviço e não o contrário. Além disso, vivemos no coletivo e esta gestão financeira passa pelo diálogo com o próximo, passa pela definição de futuro que queremos com quem vivemos, sejam amigos, escola, família, trabalho. Enfim, reforço a necessidade de autoconhecimento e de coragem para assumir o controle e responsabilidade por sua vida financeira.