Energia elétrica: a maior vilã na cura do tabaco

Já não bastasse todos os contratempos causado pelo clima, temos que enfrentar outro grande problema, principalmente na época da colheita, que é a falta da energia elétrica, que é o meu caso, ou luz fraca em outras regiões.

Não tem algo que revolte mais um produtor. Você começa a secar o fumo na estufa e (puff) acaba a energia! Citando a minha propriedade como exemplo, nas últimas quatro safras tivemos prejuízos causados pela falta de luz. É um dinheiro que já estava quase garantido e que acaba indo pro ralo pela falta de energia por 4, 8 ou até 24 horas. E não é por falta de aviso. Ficando sem energia, o produtor corre atrás, liga pra companhia de energia, avisa e, mesmo assim, leva horas pra ela retornar.

A cura do tabaco do tipo Virgínia é feita em estufas. Sem energia, o fumo ou perde a qualidade ou acaba estragando. O que nos resta é juntar as provas necessárias e entrar na justiça para tentar reaver ao menos parte do prejuízo, mesmo que isso leve anos.

Nessa safra ainda não tivemos uma queda significativa de energia, mas várias intermitências. Durante o período de duas horas, a luz piscou 11 vezes. Não tem motor ou aparelho que aguente. Um produtor me relatou que por causa dessas quedas e voltas de energia, o motor dele acabou queimando, uma faísca voou no tabaco e iniciou um pequeno incêndio. A situação só não foi pior porque ele conseguiu apagar ainda no começo. É lamentável pagarmos uma energia que já não é barata e ainda termos tantos prejuízos. Para não me incomodar mais com a energia adquiri esse ano um gerador, para que quando falte luz termos como tocar as estufas.

Outro problema que encontrei viajando pelo Sul é a chamada “energia fraca” que mal consegue tocar a casa, quem dirá uma estufa elétrica. Essa é, possivelmente, uma das causas que no Rio Grande do Sul ainda existam tantas estufas convencionais, com uso de lenha.

MÊS NA PROPRIEDADE DOS REBINSKI
Em dezembro, a colheita está a todo vapor aqui na propriedade, estamos bem no meio da colheita da safra, o tempo está colaborando é se tudo correr bem teremos uma ótima safra. Mas é isso, fim de ano está aí e eu quero desejar a você, caro leitor, um Feliz Natal e que 2020 seja repleto de bênçãos e, claro, bastante BO1 pra quem é produtor. Nos vemos novamente ano que vem. Até lá e forte abraço.

Colunista

Anderson Rebinski

Produtor de tabaco de Ivaí, município localizado na região sudeste do Paraná. Agricultor desde os 18 anos, aos 20 anos criou a fanpage Fumicultores do Brasil e desde então vem desempenhando um trabalho de divulgação sobre a produção de tabaco e a agricultura familiar. Atualmente a página no Facebook administrada por ele conta com mais de 300 mil seguidores.