Dados recentes sobre produção, exportações, inovações e ações sociais e ambientais estão no Anuário Brasileiro do Tabaco, publicação da Editora Gazeta.
O Anuário Brasileiro do Tabaco de 2024 já está disponível com as informações mais atuais sobre esse setor crucial da economia da Região Sul do Brasil. Desde sua estreia em 1997, o anuário tem sido uma fonte de dados sobre a produção e as exportações. Na publicação, editada em português e inglês, o leitor percebe que a cadeia produtiva do tabaco segue agregando novos diferenciais de competitividade e aprimorando ainda mais as suas técnicas e o seu modelo de cultivo e de negócio.
A 28ª edição do Anuário chega para evidenciar essa história de sucesso que aquece a economia pela geração de empregos e renda, promovendo a cidadania e fomentando a qualidade de vida de quem vive nas milhares de pequenas propriedades familiares. As reportagens endereçam os motivos pelos quais o Brasil segue líder em exportações desde 1993, como o Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), que confere qualidade e integridade ao produto.
Com 164 páginas, o Anuário do Tabaco 2024 apresenta várias análises e detalhamentos abrangentes dos números do setor em nível nacional e global. Por exemplo, os 133 mil produtores integrados receberam R$ 12 bilhões em recursos, os governos arrecadaram por volta de R$ 17 bilhões com a atividade e as divisas obtidas com as exportações foram de quase US$ 3 bilhões.
Ao lado dos negócios com produção e exportações, o setor de tabaco no Brasil é vanguardista e modelo em ações ambientais, sociais e de governança. Como mostra o Anuário, tradicionais programas e projetos são renovados periodicamente e outros lançados pelas entidades e empresas do setor, ampliando cada vez mais a sustentabilidade da cultura. Em relação às inovações, as próprias empresas investem em pesquisas e novas estruturas, desde a produção de sementes até no desenvolvimento de cultivares mais produtivas e adaptadas a diferentes condições ambientais e climáticas.
Da mesma forma, os aspectos socioambientais, iniciativas que promovem o trabalho decente no setor, o bem-estar do produtor e a atenção às crianças e adolescentes estão entre as preocupações presentes. Reflorestamento para garantia da cura da produção, preservação da mata nativa, conservação do solo e água e destino correto das embalagens usadas têm ações contínuas. E há os pioneiros projetos que cuidam de resíduos e buscam reduzir emissões de gases de efeito estufa. Isso tudo contribui com a manutenção da sustentabilidade econômica, onde o tabaco é a base de sustentação das famílias, correspondendo a 56% da renda total média dos 133.265 produtores da safra 2023/2024.
Em entrevista especial concedida à publicação, o governador Eduardo Leite reitera a importância do setor do tabaco para o Rio Grande do Sul. Ele defende quequalquer processo decisório sobre o futuro da cadeia produtiva tenha a participação efetiva de todos os agentes envolvidos, em especial os produtores rurais. “A exclusão desses atores dos debates internacionais representa uma deficiência metodológica significativa, que compromete a legitimidade e a viabilidade das propostas resultantes”, afirma Leite fazendo referência às discussões que estão por acontecer na Suíça, em novembro, durante a COP 11 (Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco).
Alguns pontos do Anuário do Tabaco
Produção – A safra 2023/2024 registrou aumento de 6,6% no número de produtores no Sul do Brasil, que produziram 508 mil toneladas em 509 municípios. Algumas adversidades climáticas atingiram a safra, reduzindo os volumes em 16,1% ainda que a área cultivada tivesse aumentado 8,6%. Com isso, os valores totais auferidos aos produtores da safra registraram aumento de 7,3%, ficando em R$ 11,78 bilhões.
Exportações – A receita das exportações de 2024 foi de US$ 2.977.000,00. O volume de tabaco embarcado pelo Brasil durante o ano diminuiu 11,1%, porém o valor recebido aumentou 9,08%. Com quase 90% da produção vendida ao exterior, foram embarcadas 455,2 mil toneladas. No Rio Grande do Sul, principal Estado produtor e exportador, o tabaco foi o segundo produto mais exportado, representando 12,55% do total. Na região Sul, a sua participação chegou a 5,08%; em Santa Catarina, a 1,18%; e no Brasil, a 0,88%. Os principais mercados foram o mercado europeu e o Extremo Oriente, ambos com 34%, somando 68% do total embarcado.
DEFS – A regulamentação dos dispositivos eletrônicos de fumar, já autorizados em mais de 80 países, é aguardada também no Brasil. Isso deve proporcionar a geração de mais de 120 mil empregos, investimento superior a R$ 1 bilhão, maior fiscalização sanitária e retorno bilionário para os cofres públicos com a cobrança de impostos. Enquanto não há a regulamentação, os equipamentos que circulam pelo país provêm de fábricas clandestinas e de contrabando, colocando a saúde dos usuários em risco e enriquecendo o crime organizado.
SIPT – O Sistema Integrado de Produção é tema de uma matéria especial do Anuário. A já centenária forma de produção de tabaco com integração de produtores e empresas passa por revitalização. Grupos de trabalho atuam em três pilares: integração, sustentabilidade e qualidade/inovação. Entre as vantagens do SIPT para os produtores estão a garantia de venda da produção, assistência técnica, assistência financeira e transporte do tabaco. Para as empresas, a integração assegura planejamento de safra, qualidade e integridade do produto e garantia de matéria-prima. E para os clientes, há fornecimento regular, qualidade garantida, atendimento às normas ESG (Environmental, Social and Governance) e rastreabilidade do produto.
Nova diretoria do SindiTabaco – As perspectivas de ações do SindiTabaco para os próximos anos também são tema da reportagem sobre a nova diretoria, que em outubro de 2024 assumiu o comando para o triênio (até 2027). Também foi assunto de matéria especial a trajetória de Iro Schünke, que esteve à frente da entidade por 18 anos.
Enchente no RS – O setor mostrou organização desde cedo para auxiliar a área de produção afetada pela enchente histórica ocorrida no Estado do Rio Grande do Sul em maio de 2024. Mesmo sem perdas na safra de tabaco – pois a calamidade ocorreu quando o tabaco já estava colhido e enviado às indústrias de beneficiamento -, os produtores gaúchos de tabaco tiveram prejuízos que passaram de R$ 95 milhões com outras culturas e com estruturas das propriedades. O Anuário vem com cases de produtores resilientes, que recomeçaram após os danos sofridos.
Comissão técnica – Dentro do sistema integrado, uma Comissão Técnica Mista com representantes de entidades dos produtores e da indústria atende lei e revisa metodologia. Em 2023 e 2024, o grupo realizou a atualização dos coeficientes técnicos do custo de produção do tabaco no Sul do País, em atendimento à legislação. A Lei 13.288, de 2016, conhecida como Lei da Integração, estabelece que a metodologia usada para o cálculo do valor de referência para a remuneração do integrado precisa ser revista a cada cinco anos.
Foniagro – Formado pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas federações estaduais da Agricultura e de Trabalhadores na Agricultura, ao lado do SindiTabaco e de empresas associadas, o Fórum Nacional de Integração da Cadeia Produtiva do Tabaco é mais uma força pela sustentabilidade e integração. Em agosto de 2024, o grupo aprovou o relatório da comissão, que teve como base pesquisa conduzida pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/Ufrgs).
Diversificação – Realidade na grande maioria das propriedades produtoras de tabaco, a diversificação segue sendo incrementada e fomentada pelo setor. No Anuário, o leitor pode conferir matéria com produtores que tiveram experiências exitosas com a produção de tabaco juntamente com outras culturas, resultando em aumento de renda e menor temor em relação à quebra de alguma das safras.
Socioambiental – Entre as reportagens do Anuário do Tabaco estão relatos sobre iniciativas do setor na promoção da sustentabilidade como cuidados da água, solo, floresta nativa, uso consciente de defensivos, destino correto para as embalagens e as ações visando o trabalho decente e a conscientização o sobre saúde e segurança. No âmbito das ações nas áreas social e cultural, são diversos exemplo, com destaque para o Instituto Crescer Legal, que está rumando para seus 10 anos, a serem completados em 23 de abril de 2025.
Perspectivas para 2025 – O futuro da cadeia produtiva do tabaco no Brasil é tema de algumas matérias, em especial relacionadas à próxima COP 11, que ocorrerá em novembro de 2025, em Genebra, na Suíça. Além disso, as atividades e perspectivas da Abifumo e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco também são tratados em matérias da publicação.
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LANÇAMENTO – No ato de apresentação da publicação, as constantes incompreensões e restrições de que é alvo o setor foram temas abordados. O presidente executivo do grupo Gazeta, Sydney de Oliveira, disse que o Anuário do Tabaco dimensiona a importância de um dos mais importantes setores da economia gaúcha. Com convicção semelhante sobre a necessidade de um olhar mais realista sobre a comprovada representatividade e importância do tabaco, o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, diz que o Anuário é produzido por um grupo de comunicação com total credibilidade e, por isso, a publicação deve ser fonte de consulta para quem quer a informação verídica e não tendenciosa.
NÚMEROS
SAFRA BRASILEIRA 2023/2024:
Famílias produtoras: 146.558
Empregos gerados no setor: 2.066.232
Área cultivada: 307.986 hectares
Produção: 540.957 toneladas (94% do Sul)
Valor da produção: R$ 12.278.102.818,76
Valor da tributação (cigarros): R$ 16.777.224.060,00
EXPORTAÇÕES/2024:
Volume: 455 mil toneladas
Valor: US$ 2.977.000,00 (97% do Sul)
Crédito foto: Rodrigo Assmann