Como a diversificação contribui para o sucesso das propriedades

Programa ‘Tabaco é Agro – Diversificação das Propriedades’ promove aumento na renda e qualidade de vida para pequenos produtores.

A diversificação é uma estratégia que faz parte da boa gestão rural, sendo uma forma inovadora de pensar a propriedade rural visando obter o máximo de rendimento. No setor do tabaco, isso não é novidade: a diversidade de culturas e renda é uma tradição já incentivada há 40 anos. As primeiras ações do setor faziam parte do Programa Milho e Feijão e vieram com o objetivo de estimular o cultivo de grãos após a colheita do tabaco, aproveitando-se a adubação residual para proporcionar mais renda para os pequenos produtores.

Devido aos bons resultados verificados no aumento da produtividade e renda, ocorreram atualizações ao longo do tempo, com a inserção de incentivo às pastagens e a outros grãos. Também, novas práticas foram introduzidas gradativamente, como a rotação de culturas e o cultivo conservacionista, práticas que têm papel importante no enfrentamento das adversidades climáticas e no combate ao aquecimento global.

O conjunto das diversas ações no fomento à otimização dos recursos da pequena propriedade resultaram no panorama atual, que é de predominância da diversificação, um diferencial que confere aos produtores de tabaco boas condições de vida e renda superior. E o ‘Tabaco é Agro – Diversificação das Propriedades’ vem para potencializar isso. Lançado do dia 25 de março, durante a Expoagro Afubra, o programa tem o objetivo de incentivar ainda mais a diversificação e valorizar a cadeia produtiva do tabaco, que segue comprometida com a produção sustentável.

O ato teve a presença do secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi), Clair Kuhn, entre outras autoridades ligadas ao agro. Na ocasião, o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, relatou que a ação do setor tem tido atualizações para cumprimento do seu propósito. “Agora apresentamos o programa com uma nova roupagem e isso tem a ver com aonde o setor chegou com a diversificação”, disse. “Ocupando 20,5% da área propriedade, o tabaco é responsável por 56,3% da renda do produtor e o restante vem das mais diversas produções”, explicou.

Por sua vez, o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Laurindo Drescher, salientou a importância de os produtores e as indústrias trabalharem unidos pela manutenção do agro. “É louvável quando a gente une as mãos. Quando fazemos as coisas unidos, as ações são sempre bem sucedidas”, salientou. E o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, ressaltou a importância dos produtores, dizendo que são quem faz a diversificação acontecer de fato.

Diversidade de culturas

A dimensão da importância da boa gestão dos recursos da propriedade foi revelada na pesquisa socioeconômica realizada com produtores de tabaco pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/Ufrgs), que teve duas edições, uma em 2015 e outra em 2023. A investigação mostrou que 74% dos entrevistados cultivavam milho, feijão, soja ou pastagens após a colheita do tabaco.

Além disso, a pesquisa destacou que a produção animal e a de hortifrutis são atividades tanto para consumo próprio quanto para comercialização. O estudo apontou ainda a prática de produção de lenha sustentável para cura do tabaco, que já é incentivada há décadas e contribui para a geração de renda. Foi diante da tamanha diversificação nas pequenas propriedades, onde o tabaco segue sendo a principal fonte de renda, que o programa ganhou seu novo nome.

Renda dos produtores

Da receita dos produtores de tabaco, a média é de 56,3% advinda da produção de tabaco, 25,4% originária da produção animal e 18,3% da produção de alimentos, como arroz, batata-doce, batatinha, cana-de-açúcar, feijão, milho, cebola, hortifrutis, mandioca, soja e outros. Os levantamentos realizados pela Afubra mostraram que a renda dos 133 mil produtores da safra 2023/2024 tiveram receita conjunta de mais de R$ 20,9 milhões, sendo quase R$ 12 milhões originários da produção de tabaco, R$ 5,3 milhões da criação animal e R$ 3,8 milhões das demais culturas de diversificação.

Benefícios da diversificação

Renda adicional – Proporciona mais fontes de renda para os pequenos produtores.

Produção sustentável – Promove práticas sustentáveis antes, durante e após o cultivo do tabaco.

Saúde do solo – Mantém o solo coberto, melhorando em qualidade e conservação.

Resiliência climática – Ajuda no enfrentamento das adversidades climáticas e no combate ao aquecimento global.

História – O programa Milho & Feijão Após a Colheita do Tabaco, criado pela Souza Cruz (atual BAT Brasil) em 1985, passou a ser gerido pelo SindiTabaco a partir de 2014. Além do apoio dos governos estaduais e de diversas entidades ligadas à agricultura, a iniciativa passou a contar com a estrutura de campo das empresas associadas ao Sindicato e técnicos de entidades parceiras também começaram a atuar na divulgação, assistência técnica e capacitação de produtores.

Evolução no tempo

1985 – Lançamento do programa Milho e Feijão, pela Souza Cruz (atual AT Brasil).

2014 – SindiTabaco assume o programa, ampliando atuação para todo o Sul do Brasil.

2017 – Inclusão de forrageiras, alterando para Programa Milho, Feijão e Pastagens após a colheita do Tabaco.

2015 – O programa passa a se chamar Tabaco é Agro: Diversificação das Propriedades.

Quem conduz o programa

A realização é do SindiTabaco e suas empresas associadas, com apoio dos governo estaduais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Afubra, Fetag-RS, Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul),  Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina  (Faesc/Senar), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) Paraná, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep).

VEJA AQUI O FOLDER DO PROGRAMA.