Um momento para lembrar de quem preserva

A COP28, Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), vem aí. De 30 de novembro a 12 de dezembro o evento reunirá em Dubai, nos Emirados Árabes, os países-membros que discutirão diversos assuntos, em especial o que as nações colocaram em prática para cumprir o Acordo de Paris (aprovado na COP21), que tem como finalidade limitar a elevação da temperatura do planeta a 1,5°C, até 2050.

O Brasil deverá comparecer ao evento com uma grande delegação, que inclui diversos ministros e o presidente da República, pois sediaremos a COP 30, em 2025. Conforme o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, o objetivo do Brasil é chegar em 2025 com uma emissão máxima de 1,34 GtCO2e (gigatonelada de dióxido de carbono equivalente), o que representa redução de 48% em relação a 2005. Com alertas sobre aquecimento global e outras questões climáticas, o tema de compensação do carbono está cada vez mais presente em todos os setores produtivos da sociedade.

Nisso tudo, os argumentos radicais de que o agro seria um vilão ambiental enfraquecem e desaparecem diante dos fatos. Por exemplo, o setor do tabaco leva a sério a preservação florestal. Levantamentos da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) mostram que, se juntarmos a área de todas as propriedades produtoras de tabaco do Sul do Brasil, 14% é coberta por mata nativa e 8% por mata reflorestada.

Alguns produtores ultrapassam esses índices, como é o caso dos irmãos

Luciane Maria e Aldo Luis Niedzwiecki, que possuem uma propriedade 70 hectares na localidade de Santo Antônio, em Itaiópolis (SC), onde 30 hectares são cobertos por mata nativa, além de oito hectares de eucaliptos. Na área destinada à agricultura, estão 240 mil pés de tabaco, cultivados em 14 hectares, mais cinco hectares de pastagem com 30 cabeças de gado e 13 hectares destinado ao cultivo de grãos.

O uso de tecnologias na propriedade da família Niedzwiecki é outro fator que favorece o meio ambiente. As cinco modernas estufas LL reduzem significativamente o consumo de lenha. Também há sistema de energia solar, tratores, máquinas e implementos com tecnologia avançada e com reduzido uso de recursos naturais. Conforme Luciane Niedzwiecki, a opção pela produção de tabaco se dá por ser uma alternativa de maior renda por hectare o que também permite a sustento da propriedade, com lugar para diversificação e preservação de áreas de mata nativa.

INCENTIVO DO SETOR

A boa cobertura por florestas nas propriedades produtoras de tabaco é resultado do incentivo que ocorre desde a década de 1970, quando as indústrias integradoras começaram a incentivar o plantio de eucaliptos para produção de madeira energética para as estufas. Assim, a mata nativa passou a ser reservada e diversas áreas foram recuperadas. Atualmente, o setor é autossuficiente em lenha e madeira.