O dia 23 de abril de 2015 foi um marco no desenvolvimento da juventude rural nas regiões produtoras de tabaco. Essa foi a data da criação do Instituto Crescer Legal e o embrião de diversas ações inovadoras de promoção da valorização dos jovens do campo. Nesse dia, um grupo de pessoas entusiastas das questões de combate ao trabalho infantil e difusão do empreendedorismo rural uniram-se ao Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e suas empresas associadas para a fundação do Instituto.
Nesses primeiros seis anos de trajetória, a mais significativa das ações foi o revolucionário Programa de Aprendizagem Profissional Rural, responsável por tornar real a presença de jovens aprendizes nas zonas rurais. Porém, a inovação maior foi o fato de que os adolescentes, em vez de realizarem atividades laborais – como ocorre com os aprendizes nas cidades -, são contratados pelas empresas de tabaco para frequentarem o curso de empreendedorismo e gestão rural. Como essa formação é oferecida em instituições de ensino parceiras localizadas em comunidades rurais, os jovens continuam vivendo com suas famílias, frequentando o ensino regular e, no contraturno, participam do curso do Crescer Legal.
Em seis anos, o Programa de Aprendizagem já beneficiou 474 jovens de 11 municípios gaúchos. Em 2020 haveria a formatura de 141 jovens, mas devido às restrições da pandemia, eles foram convidados a continuarem sua formação como aprendizes durante 2021. Essa decisão foi tomada porque, mesmo com a adaptação das atividades ao ensino remoto, não foi possível promover o desenvolvimento integral dos jovens.
Diante do cenário, as empresas que contratam os aprendizes e os municípios parceiros aprovaram a realização de um curso complementar em 2021, de março a dezembro, para os mesmos jovens de 2020, proporcionando as aprendizagens que não foram possíveis no ano passado. Dessa forma, estão novamente em andamento sete turmas: nos municípios de Boqueirão do Leão, Canguçu, Cerro Branco, Herveiras, Passo do Sobrado, Santa Cruz do Sul e Sinimbu.
A VOZ DELAS – O programa “Nós Por elas – A voz feminina do campo” também teve edição especial em versão virtual. Em 2020, seis egressas do Instituto toparam o desafio de produzirem conteúdos voltados ao autocuidado feminino, ao aprendizado com a pandemia e ao respeito mútuo. Elas já tinham participado de edições presenciais em outros anos e se voluntariaram a compor a edição realizada totalmente de forma virtual. Nas três edições anteriores, 26 garotas haviam participado do projeto que busca capacitar jovens rurais em comunicação através da produção de programas de rádio, com promoção da reflexão sobre a questão de gênero e temas sensíveis à realidade feminina no campo.
EVENTOS ADAPTADOS – Durante 2020, os eventos do Instituto não deixaram de acontecer, mas precisaram ser adaptados ao formato virtual. Um deles foi o 4º Encontro Regional de Aprendizes “Mais do que juntos, conectados!”, que reuniu aprendizes das turmas em andamento, egressos, equipe, parceiros e associados do Instituto para compartilhar experiências do Programa de Aprendizagem. Outro foi o III Seminário Ampliado, que teve o tema “Como manter ou revitalizar os vínculos de aprendizagem diante do desafiante momento em que vivemos?” debatido por profissionais das áreas de educação e assistência social nos municípios que atuam ou se relacionaram com o Instituto.