Os empreendedores do campo que aderem à safrinha, seguindo as orientações e incentivo do setor do tabaco através do Programa Milho, Feijão e Pastagens após a colheita do tabaco, sabem que os resultados podem ser bem satisfatórios. E os levantamentos feitos anualmente pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) demonstram isso. Por exemplo, os cultivos realizados na após a colheita nas áreas onde foi cultivado o tabaco da safra 2022/2023 significaram R$ 650,4 milhões a mais no bolso dos produtores.
No total, foram cultivados 123.071 hectares com grãos e 16.520 com pastagens. Entre os grãos, o milho tem proporcionado a maior projeção de rendimento geral, com R$ 414 milhões; seguido da soja, com R$ 142,5 milhões; e do feijão, com R$ 93,8 milhões. Na safrinha de milho, foram cultivados 83.648 hectares, com produtividade média de 5,2 toneladas por hectare e produção total de 436.969 toneladas, sendo que o valor comercial é de R$ 948,00 por tonelada. Na soja, houve semeio em 25.375 hectares, com produtividade média de 2,7 toneladas por hectare, somando 67.299 toneladas, vendidas ao preço médio é de R$ 2.118,00 por tonelada. E na safrinha de feijão, foram 14.047 hectares, com produtividade de 1,8 tonelada por hectare, somando 25.671 toneladas, com valor médio de R$ 3.655,00 por tonelada.
No Rio Grande do Sul, o cultivo de grãos após a colheita do tabaco rendeu R$ 290,5 milhões, com predominância do milho, que rendeu R$ 214 milhões aos produtores, sendo cultivado em 49.288 hectares e somando 218.841 toneladas. Em segundo lugar veio a soja, com R$ 63,4 milhões em rendimento extra para os gaúchos, advindos de 30,2 mil toneladas cultivadas em 15.711 hectares. E o feijão, cultivado em 2.303 hectares, rendeu 3.170 toneladas, volume que têm valor comercial de R$ 13 milhões.
Em Santa Catarina, os grãos da safrinha representaram R$ 235,2 milhões a mais para os produtores de tabaco, sendo o milho e de maior rendimento, com projeção de R$ 155 milhões por 162,8 mil toneladas cultivadas em 24.902 hectares. A soja ocupou 6.050 hectares e rendeu 23 mil toneladas, com valor de R$ 49,6 milhões. E o feijão ocupou 4.684 hectares de resteva do tabaco, resultando em 8,4 mil toneladas, ao preço estimado de R$ 30,5 milhões.
E no Paraná, foram R$ 124,6 milhões em grãos da safrinha, sendo o feijão o produto de maior rendimento, com R$ 50,2 milhões por 14 mil toneladas cultivadas em 7.059 hectares. O milho da safrinha ocupou 9.457 hectares e rendeu 55,3 mil toneladas ao valor total de R$ 44,9 milhões. E a soja foi cultivada em 3.613 hectares de resteva do tabaco, rendendo 14 mil toneladas, com preço aproximado de R$ 29,4 milhões.
DADOS – As projeções de produtividade são calculadas com base nas estimativas da Emater/RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), Epagri/SC (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) e Deral/PR (Departamento de Economia Rural do Paraná). E os preços médios levam em conta os levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).