Pesquisa: produtores de tabaco ganham mais

Uma nova pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS) mostrou que a renda média familiar dos produtores de tabaco da Região Sul do Brasil é de R$ 11.755,30, ficando a renda per capita em R$ 3.540,75, enquanto a renda média do brasileiro é de R$ 1.625,00 (IBGE, 2022). O estudo mostra também que, enquanto 80% dos produtores de tabaco enquadram-se nas classes sociais A e B, a média geral brasileira não chega a 25%.

Todos os dados do estudo fazem parte do relatório Perfil socioeconômico do produtor de tabaco da Região Sul do Brasil, que é o resultado da pesquisa conduzida no período entre 30 de junho a 20 de julho de 2023, em 37 municípios produtores de tabaco que compõem a Região Sul do Brasil. Semelhante ao realizado na primeira edição do estudo, em 2016, foram feitas entrevistas nas casas de 1.145 produtores (por amostra, com erro máximo de 2,9%) e os resultados confirmaram a boa condição socioeconômica dos produtores de tabaco, conforme já havia sido percebido na primeira pesquisa.

NA PIRÂMIDE SOCIOECONÔMICA

A pesquisa da UFRGS apontou que os produtores de tabaco da Região Sul do Brasil enquadram-se, principalmente, nos estratos “A”, “B1” e “B2”, sendo o percentual de produtores de tabaco no estrato “A” de 6,7%, o que equivale a mais do que o dobro da média brasileira, que é de 2,9% da população. No estrato “B1” estão 6,1% dos produtores de tabaco e o índice nacional é de 5,1%. E no estrato “B2” estão 67,2% dos produtores de tabaco, percentual que corresponde a mais de quatro vezes o que se verifica em termos nacionais, com 16,7% da população brasileira. O melhor padrão social dos produtores de tabaco é percebido também na base da pirâmide, pois apenas 19,6% estão nos estratos “C1”, “C2”, “C3” e “D”, enquanto no Brasil isso é a realidade de quase 76% da população.

CADA VEZ MAIS CONECTADOS

Atualmente, quase 94% dos produtores de tabaco têm acesso à internet, sendo mais de 92% na própria residência. Isso representa uma evolução significativa em relação ao verificado na pesquisa de 2016, quando menos da metade dos produtores possuía acesso à internet. Nas redes sociais, a participação dos produtores também é expressiva. WhatsApp e Facebook são as duas redes sociais mais utilizadas, com 98,9% e 84,6%, respectivamente. Já o Instagram e Youtube são utilizadas por 37,8% e 24,1% dos produtores.

RAIO X DO DOMICÍLIO E DA PROPRIEDADE

QUEM RESPONDEU A PESQUISA

A pesquisa foi coordenada pelo Prof. Luiz Antonio Slongo e contou com o apoio do Prof. Dr. Rafael Laitano Lionello (ESPM/SP) e dos doutorandos Lucas Dorneles Britto (PPGA/UFRGS) e Nathalia Soares Brum de Mello (PPGA/UFRGS), além de técnicos da universidade. A amostra analisada foi realizada com entrevistas a produtores dos seguintes municípios:

Rio Grande do Sul – Arroio do Tigre, Boqueirão do Leão, Caiçara, Camaquã, Canguçu, Chuvisca, Crissiumal, Ibarama, Mata, Santa Cruz do Sul, São Francisco de Assis, São Lourenço do Sul, Vale do Sol e Venâncio Aires.

Santa Catarina – Canoinhas, Içara, Iporã do Oeste, Itaiópolis, Ituporanga, Orleans, Palmitos, Papanduva, Petrolândia, Riqueza, São João do Sul e Vidal Ramos.

Paraná – Agudos do Sul, Ipiranga, Irati, Piên, Prudentópolis, Quitandinha, Rio Azul, Rio Negro, São João do Triunfo, São Miguel do Iguaçú e Três Barras do Paraná.

QUANTO ESTUDARAM