Não ao trabalho infantil
Adolescente não trabalha, mas estuda para ser empreendedor

Doze de junho é o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. A data foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para conscientizar sobre os malefícios de trabalhar precocemente. No setor do tabaco, as ações sistemáticas de conscientização vêm sendo realizadas há duas décadas, pois a identificação de alguns casos de trabalho infantil levou à implementação de ações. Quem já produzia tabaco 20 anos atrás, deve lembrar das equipes das indústrias orientando para que não fosse permitido o trabalho de crianças e adolescentes nas suas propriedades.

Depois do trabalho inicial de conversas e distribuição de folders, as ações evoluíram para a obrigatoriedade de os filhos de produtores de tabaco estarem frequentando a escola para a manutenção dos contratos dentro do Sistema Integrado de Produção. Por isso, anualmente, é preciso apresentar o atestado de frequência na escola de todos os menores que vivem na propriedade para poder renovar o contrato de integração.

E, nos últimos anos, devido à alteração na legislação estabelecendo a idade mínima de 18 anos para que os jovens possam trabalhar nas lavouras, o SindiTabaco e suas associadas se juntaram a lideranças da sociedade para criar o Instituto Crescer Legal, entidade que fortaleceu ainda mais as ações para prevenir o trabalho de adolescentes rurais. Há promoção de iniciativas que questionam a realidade, repensando o presente na perspectiva de garantir um futuro melhor para crianças e adolescentes do campo.

Após amplo estudo na busca por soluções eficazes, foi criado o Programa de Aprendizagem Profissional Rural do Instituto Crescer Legal, com a oferta de cursos de empreendedorismo em gestão rural mediante a contratação como aprendizes. Com isso, os adolescentes ficam longe das lavouras, mas vivendo em suas localidades com suas famílias, e recebendo salário proporcional com carteira assinada. Com uma proposta curricular criada especialmente para o curso, os aprendizes são levados à reflexão sobre as possibilidades de, entre outras alternativas de futuro, dar continuidade aos negócios da propriedade da família e atuar como empreendedores rurais.