Um ano de pandemia

A pandemia da Covid-19 já fez aniversário. A inesperada necessidade de distanciamento social, que chegou em março de 2020 e ainda perdura, tornou necessárias ações rápidas e organizadas em todos os setores da economia e nos mais diversos ambientes de convivência social. No setor do tabaco, as medidas adotadas permitiram enfrentar o período atípico sem grandes abalos.

Nas lavouras, a produção continuou em ritmo normal, pois os produtores, que já vivem em ambiente de menor necessidade de interação social, apenas precisaram tomar cuidados ao receber pessoas de fora e ao sair para as cidades. Os contatos com os orientadores e instrutores das empresas integradoras passaram a ser, em sua grande maioria, de forma virtual.

As indústrias do setor paralisaram as atividades apenas por um período em março do ano passado e conseguiram agir de forma rápida para atender com segurança a todas as exigências e poder enfrentar a fase atípica com proteção das pessoas e garantia das operações. Desde abril de 2020, o setor mantém suas atividades adotando todas as recomendações das autoridades de saúde para prevenção do coronavírus. Foram implementadas práticas para cumprir as mais diversas diretrizes sanitárias e efetuadas todas as adequações que se fizeram necessárias no decurso da pandemia.

Uma lista de medidas foi adotada no segmento, envolvendo variados aspectos tanto de fluxo e processo do trabalho como adequações estruturais, envolvendo política de higienização e autocuidado, funcionamento das áreas de alimentação e transporte, além de gerenciar visitas e contatos com produtores. Introduziram-se inovações nos contatos com produtores e clientes, onde a comunicação virtual ganhou força e novas alternativas técnicas e operacionais foram encontradas.

O rol de regras adotadas pelas indústrias em relação ao fluxo de processos de trabalho vai desde a determinação dos protocolos de distanciamento conforme as recomendações oficiais das autoridades sanitárias, até o incentivo ao home-office e a dispensa dos trabalhadores dos grupos de risco. Também foi determinado que as visitas aos produtores, quando necessárias, fossem agendadas e dentro dos parâmetros de distanciamento seguro. As participações em eventos e as viagens foram restringidas e os deslocamentos nos veículos das empresas passaram a seguir novos protocolos.

Em relação ao item adequações estruturais, cada empresa do setor reconfigurou suas instalações buscando eliminar pontos de aglomeração. Também foram implementadas a checagem de temperatura, a medição de temperatura por imagem térmica, a disponibilização de álcool gel e a adaptação de bebedouros.

No quesito política de higienização e autocuidados, a orientação reforçando a importância e a necessidade de adoção dos cuidados e a fiscalização tornaram-se constantes. As áreas de uso coletivo passaram ter sua higienização e desinfecção intensificadas e usados produtos recomendados para essa finalidade. O uso de máscaras tornou-se obrigatório, houve a proibição do consumo de chimarrão e o transporte de empregados vem sendo realizado conforme as regras de distanciamento recomendadas pelos órgãos oficiais.

As áreas de alimentação tiveram adequações como a flexibilização e escalonamento dos horários de intervalos, demarcação de pisos visando o distanciamento, mesas e cadeiras foram ajustadas e sinalizadas com o espaçamento seguro e o número de usuários simultâneos limitado. Nos refeitórios, é obrigatório o uso de máscara enquanto não consumir a refeição, deve ser evitada a comunicação e é proibido uso celular. E o gerenciamento de visitas tem regras rígidas, como a limitação da exposição aos funcionários e a priorização dos contatos por meio digital.

NEGÓCIOS – Conforme o dirigente do SindiTabaco, Iro Schünke, a temporada 2020/2021 mostrou que o setor se ajustou muito bem à nova realidade. O fechamento de negócios exigiu mais trabalho, pois os clientes não puderam vir às indústrias brasileiras, requerendo mais contatos virtuais e encaminhamento de amostras de produtos aos interessados, o que resultou em alguns atrasos nas exportações, em especial para os chineses.