Em favor da Mata Atlântica

Monitoramento realizado nos últimos sete anos em 22 municípios produtores de tabaco mostram índices de cobertura superiores aos recomendados pela ONU

Hoje, 27 de maio, é o Dia da Mata Atlântica, data criada para promover a reflexão sobre a necessidade de preservação do bioma que vem sofrendo com o desmatamento. Porém, nas regiões produtoras de tabaco, há bons índices de preservação. Por exemplo, o monitoramento feito desde 2011 em uma área de 273.865 hectares mostra percentuais de cobertura florestal de mais de 40%, índices bem acima do padrão de 30% recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O monitoramento de 22 municípios gaúchos foi realizado entre 2011 e 2017, fruto de um acordo pioneiro firmado entre o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) com Ibama e Ministério do Meio Ambiente. Uma equipe do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ficou encarregada pela criação de um banco de dados com classificação dos conjuntos de imagens (florestas nativas, plantadas, de agricultura, solo exposto, campo e água), o que permitiu a comparação. O sensoriamento foi remoto, com uso de tecnologia de constelação de satélites que obtêm imagens de alta resolução.

O relatório de monitoramento apresentado pela UFSM no segundo semestre de 2018 evidenciou a manutenção da cobertura florestal e o baixo índice de práticas de desmatamento. No Bloco 1 – 137.663 hectares abrangendo os municípios de Estrela Velha, Salto do Jacuí, Arroio do Tigre, Tunas, Lagoão, Segredo, Passa Sete, Sobradinho, Ibarama, Agudo e Lagoa Bonita do Sul – a floresta nativa cresceu de 36,28% para 39,57% da superfície. E no Bloco 2 – com área de 136.201 hectares, abrangendo Júlio de Castilhos, Nova Palma, Pinhal Grande, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Santa Maria, Silveira Martins, São João do Polêsine, Restinga Seca e Agudo – a floresta nativa aumentou de 35,59% para 40,22%.Além das expansões na mata nativa citadas, se forem considerados os percentuais de mata plantada, a evolução da cobertura florestal foi de 10,62% no bloco 1 e de 15,18% no bloco 2 no período entre 2011 e 2017. Vale lembrar que a Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do mundo. São 20 mil espécies vegetais, 849 de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 espécies de peixes.