DESCARTE DE PULVERIZADORES INSERVÍVEIS

O recolhimento de embalagens vazias de produtos fitossanitários já é uma rotina. As embalagens são recolhidas pelo INPEV, que se encarrega da sua reciclagem. Fica agora uma questão: o que fazer com os pulverizadores após o fim de sua vida útil? Eles também ficam contaminados com o uso, e teriam que ser também recolhidos para uma reciclagem tecnicamente conduzida, como já é feito com as embalagens dos produtos.

Recolher e reciclar os componentes dos pulverizadores é mais difícil, pois há desde equipamentos costais, tracionados por trator, auto propelidos e até aviões agrícolas que teriam que ser incluídos na discussão do problema.

Teria que ser estudada uma logística para receber esses equipamentos, como também criar nos postos de recebimento oficinas de desmontagem desses pulverizadores, uma vez que os mesmos contêm peças plásticas, o-rings, e peças metálicas de latão (metal amarelo), alumínio, ferro, etc.

As empresas fabricantes de pulverizadores deveriam, através de suas entidades representativas, iniciar uma discussão no sentido de dar um destino final a esses equipamentos, uma vez que, descartados como lixo comum, ou reciclados sem maiores cuidados, representam não só risco de intoxicação, como também um problema ambiental muito sério.

Não há no Brasil uma legislação que obrigue o recolhimento desses pulverizadores por parte das empresas fabricantes, porém entendemos que essa logística reversa deverá ser seriamente considerada.

Colunista

Luiz Carlos Castanheira

Engenheiro agrônomo e de Segurança do Trabalho, é também agricultor e consultor e membro do Conselho Científico Agro Sustentável. Formado em Engenharia Agronômica pela Faculdade de Agronomia de Pinhal e de Segurança do Trabalho pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas, tem especialização em Segurança do Trabalho Rural (Japão, 1984); Formulação de Pesticidas, com enfoque para Segurança no uso de Pesticidas (Leipzig, Alemanha, 1988) e fez diversos cursos pelo mundo sobre segurança no uso de produtos químicos para a agricultura. Ex-professor da PUCC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e professor no curso de Engenharia de Segurança da UNICAMP.