Benefícios e a realidade do manejo sustentável

Com o avanço da produtividade, novos desafios foram surgindo no campo e, com isso, foram criadas novas tecnologias de controle e manejo fitossanitário sustentável, fundamental para termos uma agricultura eficiente e competitiva.

Um manejo sustentável é aquele que é eficiente e durável. Quando se fala em sustentabilidade, levam-se em consideração os aspectos ambientais, sociais e econômicos. É utilizar uma série de medidas que não só resolva o problema, mas respeite também o meio ambiente e o círculo social em volta.

Atualmente, o manejo de pragas envolve diferentes métodos: o genético que é o uso de cultivares resistentes; o cultural, que é a rotação de culturas; os físicos,  por exemplo, a capina mecânica; os biológicos, com o uso de organismos que são antagônicos as pragas; os legislativos, que são normas que reduzem ou impedem a entrada e/ou proliferação de pragas; e o químico, que utiliza produtos fitossanitários.

E para que uma produção seja sustentável, independente se é uma pequena horta ou uma grande lavoura de grãos, algodão ou cana-de-açúcar, há a necessidade de utilizar esse manejo integrado e sustentável. São usadas simultaneamente, ou em sequência, todas as medidas desse manejo, deixando para utilizar o químico – que hoje é o que mais causa preocupação – quando as outras medidas, geralmente preventivas, não são utilizadas. Hoje, 100% das áreas cultivadas no Brasil utilizam esse formato.

Uma área produtiva sustentável é aquela em que é possível produzir por anos e anos, com o desafio de aumentar o rendimento e a produção por unidade de área, sem esgotar os recursos naturais e seguindo as boas práticas agrícolas.

Quando utilizado de forma correta, o manejo sustentável causa diversos efeitos positivos nos âmbitos social, ambiental e econômico, desde que o agricultor siga as recomendações de profissionais habilitados.

Entre as vantagens do social, estão a geração de empregos para a comunidade local e a produção de alimentos mais baratos pra toda a população, que é cada vez mais urbana e depende das poucas pessoas que permanecem na zona rural; no ambiental, esse tipo de produção não irá degradar o meio ambiente, como acontecia no passado quando produzia-se e abandonava-se a área e ia para uma nova, será produtivo em uma área, respeitando o ambiente, não degradando o solo, não poluindo a água e não causando danos a biodiversidade; e econômico, pois gera emprego e renda para os empreendedores rurais, desde um pequeno a um grande produtor.

Colunista

José Otavio Menten

Presidente do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), Eng. Agrônomo e Professor Sênior da ESALQ/USP