A SEGURANÇA E A SAÚDE DO TRABALHADOR NO ÂMBITO DA PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DA CULTURA DO TABACO NO BRASIL

A OMS – Organização Mundial de Saúde, define SAÚDE como: “estado de completo bem estar físico, mental e social”.

Dentro dessa linha de raciocínio, as empresas brasileiras produtoras de tabaco têm como um de seus principais objetivos desenvolver uma série de atividades no sentido de promover a sustentabilidade da cultura do tabaco no Brasil, tais como o uso de produtos fitossanitários registrados e aprovados para a cultura do tabaco, proibição do trabalho de menores de idade, uso de lenha de origem legal, recolhimento de embalagens vazias de produtos químicos, e a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos com a atividade.

Com respeito ao aspecto – Segurança e Saúde dos Trabalhadores – tivemos a oportunidade de realizar um amplo estudo com a preocupação de rever todas as práticas que envolvem a atividade de produção e colheita do tabaco, visando proporcionar aos agricultores condições de realizar um trabalho mais seguro, sadio e eficiente.

Desse modo, durante um ano inteiro foram estudadas as rotinas de trabalho dos agricultores , ocasião em que foram efetuadas visitas às propriedades rurais, e se acompanhou o trabalho em si, para se conhecer as possíveis situações de risco; foram realizadas entrevistas com os trabalhadores, para se saber das suas muitas reivindicações, que  foram registradas e levadas em consideração; foram efetuadas reuniões com empresas fabricantes de equipamentos de proteção individual, tendo sido  realizados testes com tecidos, luvas, respiradores, alterações na modelagem das roupas, etc.

A partir desse amplo estudo, foi possível aperfeiçoar e desenvolver vestimentas de proteção para a aplicação dos produtos fitossanitários (kits de EPIs), de maneira que esses equipamentos pudessem assegurar melhor eficiência nos aspectos de proteção a agentes químicos (defensivos agrícolas) e também proteção aos agentes físicos (principalmente temperatura). Foram também levados em consideração a durabilidade dos EPIs, o custo acessível e conforto para o trabalhador, sempre com a preocupação de se atender a legislação vigente, em particular a NR 31 (Norma Regulamentadora nº 31, estabelecida pela Portaria nº 86, de 03/03/2005).

Ainda dentro desse estudo, levou-se em consideração a operação de colheita do tabaco, que foi acompanhada em diversas regiões produtoras para a realização do estudo. Foram propostas soluções para evitar a exposição do trabalhador aos alcalóides e também a exposição a temperaturas elevadas. Foram desenvolvidas vestimentas de colheita e estabelecidas rotinas de trabalho que incluíam estabelecimento de horários de colheita mais seguros, informações aos trabalhadores a respeito do problema, e a maneira correta de utilizar as vestimentas de proteção.

Deste modo, pode-se dizer que os trabalhadores envolvidos com a produção e colheita de tabaco possuem, nos dias atuais, equipamentos de proteção para aplicação de agrotóxicos e para a colheita de tabaco desenvolvidos especificamente para atender às necessidades e às características da cultura do tabaco.

Isso vem demonstrar a preocupação e a seriedade com que as empresas fumageiras encaram o problema e assegura aos agricultores produtores de tabaco a certeza de que, desde que usadas corretamente as vestimentas de proteção, terão a sua saúde e bem estar garantidos.

Colunista

Luiz Carlos Castanheira

Engenheiro agrônomo e de Segurança do Trabalho, é também agricultor e consultor e membro do Conselho Científico Agro Sustentável. Formado em Engenharia Agronômica pela Faculdade de Agronomia de Pinhal e de Segurança do Trabalho pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas, tem especialização em Segurança do Trabalho Rural (Japão, 1984); Formulação de Pesticidas, com enfoque para Segurança no uso de Pesticidas (Leipzig, Alemanha, 1988) e fez diversos cursos pelo mundo sobre segurança no uso de produtos químicos para a agricultura. Ex-professor da PUCC (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e professor no curso de Engenharia de Segurança da UNICAMP.