Renda extra para os produtores

Cultivar na resteva do tabaco tem várias vantagens. Neste ano, safrinha de grãos e pastagem rendeu R$ 640 milhões

Plantar milho, feijão ou soja ou semear pastagem logo após colher as últimas folhas de tabaco pode incrementar os ganhos. Quem faz boa gestão da sua propriedade, sabe que duas safras ao ano na mesma área de lavoura significa melhor aproveitamento dos recursos e aumento na renda. E os levantamentos confirmam isso: a safrinha de 2019 representou o incremento de aproximadamente R$ 640 milhões na renda dos produtores de tabaco do Sul do Brasil.

A ação incentivada pelo Programa Milho, Feijão e Pastagens, que é conduzido pelo SindiTabaco com apoio de entidades e dos governos dos três estados sul-brasileiros, representa ganhos reais para o produtor. Houve aumento de R$ 90 milhões no montante total da receita bruta auferida em comparação com o ano passado (de R$ 550 milhões para R$ 640 milhões), representando crescimento de 16,4%.

As estimativas mostraram que os produtores do Rio Grande do Sul ganharam R$ 400 milhões com grãos, sendo R$ 35 milhões com a produção de feijão, R$ 314 milhões com milho e R$ 51 milhões com soja. Em Santa Catarina, a safrinha rendeu R$ 130 milhões, sendo R$ 25 milhões com feijão, R$ 91 milhões com milho e R$ 14 milhões em soja. E no Paraná, o cultivo na resteva somou R$ 110 milhões, sendo R$ 62 milhões com feijão, R$ 38 milhões com milho e R$ 10 milhões com soja.

Nos três estados do Sul, foram cultivados 170.810 hectares após a colheita da safra 2018/2019, sendo 20.853 hectares de feijão, 99.810 de milho, 31.443 de pastagens e 18.704 de soja. No Rio Grande do Sul, foram 95.881 hectares, em Santa Catarina, 42.168 hectares e no Paraná, 32.761 ha.

VANTAGENS – O cultivo nas áreas onde foi colhido o tabaco reduz os custos de produção dos grãos, pois ocorre o aproveitamento residual dos fertilizantes e pode haver redução de custo na produção de proteína (carne, leite e ovos), com o uso do milho no trato animal. Outros benefícios são a proteção do solo e a interrupção do ciclo de proliferação de pragas e ervas daninhas.